Medicina chinesa e fibromialgia

A fibromialgia é uma doença crónica, que afecta cerca de um milhão de portugueses, sendo 90% mulheres. Esta doença causa dores em todo o corpo, por grandes períodos, sendo muitas vezes incapacitante.
Acredita-se que há um distúrbio na forma como o cérebro processa a dor, fazendo com que haja um aumento da sensibilidade nos tecidos moles. No entanto, não há ainda um consenso no que diz respeito ao motivo do seu aparecimento.
A genética, algumas infecções e o stress/ansiedade/situação traumática podem estar na origem da fibromialgia. Os distúrbios do sono podem também estar ligados ao seu aparecimento.
Normalmente, a dor começa num local específico, progredindo depois para o resto do corpo. Uma rotina com muito stress é altamente desaconselhada, pois potencia o seu aparecimento/agravamento da doença.
Além da dor generalizada, o cansaço extremo é outro dos principais sintomas da fibromialgia, que deixa os pacientes sem energia. A dificuldade de concentração e as dores de cabeça são também sintomas.
O facto destes sinais serem dispersos, não havendo uma relação óbvia entre si, faz como que seja uma doença difícil de detectar numa primeira fase.
A Medicina Chinesa trata estes sintomas, actuando, tanto na parte emocional (que tem um papel decisivo no aparecimento de todos estes sinais) como na parte física (as dores originam uma contracção muscular, sendo importante relaxar os músculos).
Acupuntura, massagem tuiná e fitoterapia são uma possível combinação de tratamentos para tratar esta doença. No entanto, só após uma avaliação inicial é possível definir os tratamentos necessários para a tratar, bem como o número de sessões.

A acupunctura e a dor crónica

A dor, ao contrário do que possa parecer, é um sinal muito importante, que nos alerta para situações que podem ser prejudiciais. Se colocarmos a mão num sítio muito quente, temos tendência a afastá-la, porque dói e não nos queremos queimar. Podemos dizer que a dor é fundamental para a nossa sobrevivência, porque nos faz reagir a vários perigos.

No entanto, quando a dor se prolonga no tempo, durante anos e anos, associada ou não a alguma patologia, essa situação pode tornar-se insuportável. É a chamada dor crónica.

A expressão “não mata mas mói” pode aplicar-se na perfeição à dor crónica. Há quem viva uma vida inteira com dores. Mais ou menos fortes, mais ou menos incapacitantes (dependendo do caso), mas uma coisa é certa: esta situação prejudica seriamente a qualidade de vida de quem passa por isso.
Alteração das capacidades funcionais, afastamento social, problemas em dormir ou problemas psicológicos, são apenas algumas das consequências da dor crónica.

Este tipo de dor é muitas vezes associado às doenças oncológicas, no entanto, doenças como a fibromialgia, cervicalgia, lombalgia, osteoporose, etc., podem também originar dor crónica. Ela pode ser inicialmente aguda (é a reacção do nosso organismo a uma agressão externa), passando ao longo do tempo a crónica, por não ter sido bem tratada, por não ter sido tratada no imediato, por factores psicológicos… enfim, há uma série de razões que fazem com que a dor aguda se transforme em crónica.
Em alguns casos, pode até já não estar associada a uma doença/lesão, mas a dor permanece.

Muitas pessoas acham que viver permanentemente com dor é algo normal, que devem aceitar, que já faz parte dos seus dias. Mas não é. Não tem que se habituar à dor, nem passar a vida a tomar medicação.

A dor crónica é uma das áreas onde a acupunctura mais actua e faz a diferença, através da estimulação neurológica de receptores específicos no corpo onde estão localizados os pontos de acupunctura, libertando desta forma substâncias químicas no sangue, fazendo com que a dor e a inflamação diminuam.
O número de sessões necessárias depende de cada caso, mas é possível que no primeiro tratamento note algum alívio da dor.

Muitas vezes, os tratamentos de acupunctura são complementados com outras técnicas de Medicina Chinesa, como a massagem Tuiná. Tudo depende da situação e da avaliação do médico.

Não se esqueça: ter dor não é normal, não tem que viver assim!